Eu fatalmente nasci aqui
Inevitavelmente fui presenteada à vocês
E aqui dentro é tão raro o meu sorrir
Indignamente senti, violentamente cresci
E talvez não precise dos clichês
Brotei, vinguei, flori
Mas meus frutos não são para vocês
Nem para estes olhos de escudo
Que me fizeram fria diante de tudo
E agora, do mundo, não entendo os porquês
Entre cobranças e regras
Sonhos e andanças
Minha realidade se nega a ser só uma
Criança
E quase que por vingança
Minha temperança rebela
Então lembro-me dos olhos e do cigarro dela
Dizendo-me todos os dias pra que não
Fosse com ela, como ela
Eu não sou
Nunca fui
Não pareço-me com ninguém
Assemelho-me comigo e a tudo o que mais
Me convém
Nunca entendo os limites
Aqui dentro sempre tem algo além
Além da alma, do vício, da bondade ou da maldade de alguém
Ela diz que ama-me, mas não ama a ninguém
Saudade dela ...
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